terça-feira, 22 de abril de 2008

Um Paradoxo

Tenho percebido que ultimamente tenho sonhado bastante, digo isto, porque nunca fui de me lembrar dos meus sonhos e por isso sempre achei que não sonhava. Mas tenho sonhado e durante os sonhos tenho percebido que estou sonhando: é estranho, não?. Mas então, a coisa que está me intrigando é que agora que "sonho realmente", não tenho conseguido focalizar o sonho após o momento em que acordo. Sinto aquela bagunça, aquela confusão de sonhos se entrelaçando com outros sonhos e no fim vira um redemoinho só. E o mais frustrante é que sei que tenho sonhado muitas coisas pra lá de interessantes, e fico naquela de querer acordar e por no papel, concretizá-lo, mas ao mesmo tempo não quero acordar e criar uma incisão desse doce devaneio que é sonhar. Antes não podia certificar-me de que realmente sonhava, agora certamente sonho e desse paradoxo interrompido, infalívelmente virão outros sonhos paradoxal.

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." - William Shakespeare

sábado, 19 de abril de 2008

Um Artista da Fome


Estava assistindo algumas resportagens esses dias e nelas havia uma seríe de pessoas que sobrevivem, ao invés de viverem. Todas elas não tinham muitos recursos que nós temos e todas as grandes oportunidades que temos no dia a dia. Incrível como num mundo da era High Tech, longos e modernas torres que são construidas pelas grandes cidades, todas futlidades que a cada dia que passa queremos obter - incrivel como exsitem muitas pessoas que nem ao menos sabem o que vem a ser tudo isso e sobrevivem confrontando a arte de passar fome. Quase não parece ser verdade - mas o negócio é que é verdade sim - é só abrirmos um de nossos olhos e veremos.

Não sei quantos lêem a bíblia, mas quando Jacó estava fugindo de seu irmaõ Esaú. Ao parar num lugar para descançar ele apoiou sua cabeça numa pedra e dormiu. Quantos de nós não procuramos as maneiras mais confortaveis para nós e para nossas famílias, as melhores coisas, os meios mais fáceis, os caminhos mais cheios de flores possíveis - enquanto outros dormem em pedras. Quando vamos entender que todas essas futilidades são tão efêmeras quanto nossos exercícios de pensar a respeito de nós mesmos? Tá legal, eu to ligado!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ária à Dama da Noite

Dentro da noite, em suas entranhas mais escuras
Ouço o sussurrar dos ventos que em minha janela passam
Não ficam aqui e para outros se vão a sussurrar
Deixam o medo da noite e o escuro de seu rosto.

Desta noite mesmo que obscura, consigo enxergar
Os traços mais finos e serenos, que ao medo me transportam
Trazem um prazer e uma majestade sem par
E nas muitas correntes desse rio a tristeza e a dor.

O vento não cessa de soprar e de um estrondoso barulho
Irritante a me atormentar, lembrando-me de ti e de teu sofrer
De teus caminhos percorridos, das tuas auroras desventuradas
Aventuradas até o pescoço e neste um lindo colar.

As almas vão aos ventos, milhares e milhões de par em par
Sorriem alegremente do sofrer que eternamente irão passar
Das pedras se desviam neste riacho sem fim
As almas ao encontro de outras vão
Na mais profunda das águas correntes irão amar

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Esnobismo

Nos nossos primeiros anos de vida, aqueles onde todos nos acham bonitinhos e engraçadinhos, ninguém se importa muito com o que fazemos ou somos, com o que nos vestimos ou calçamos, com as cores do olhos: pretos ou castanhos. Na verdade, a nossa existência, por si mesma, é o bastante para nos garantir demasiadas atenções e afeto incondicional. Podemos usar roupas com cores alarmantes, ou arrotar durante uma refeição, ou gritar no tom de voz mais alto, ou não se interessar por nada, ou não ganhar dinheiro algum e ainda mais, não ter amigos importantes – ainda assim seremos valorizados. Mas quando chegamos à idade adulta isso significa que ‘devemos’ assumir nosso lugar em um mundo dominado por pessoas indiferentes e esnobes, cujo comportamento está no cerne de nosso desejo em relação ao status. Em 1848 um escritor observou que os esnobes tinham se espalhado pela Inglaterra como ferrovias. Desde então, tornou-se mais comum usar a palavra ‘esnobe’ para se referir à pessoa que praticasse abertamente um preconceito social ou cultural, que declarasse um tipo de pessoa, ou música, ou vinho, ou terno, claramente melhor e superior que outro. Ao estar em companhia de esnobes pode nos enraivecer e nos irritar, porque percebemos que o que somos verdadeiramente – isto é, o que somos excluindo nossa posição social, ou seja, nosso status – poderá governar muito pouco o coportamento deles em ralação a nós. Podemos ser dotados da sabedoria de Salomão e ter os recursos e a inteligência de Ulisses (Odisséia), mas, se somos incapazes de balançar os emblemas socialmente reconhecidos de nossas qualidades, nossa existência continuará despertanto uma fria indiferença neles. Não somos mais aquelas crianças bonitinhas e engraçadas. E para eles - os esnobes – a existência já não basta.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Vende-se Uma Casa

Seção Classificados:

Aluga-se um corpo feminino, bonito e atraente. Não muito alto nem baixo demais, cintura fina e quadris largos. Cabelos castanhos claros e olhos verdes escuros. Pele branca e bochechas rosadas, unhas grandes vermelho escarlate. Lindas curvas.

Aluga-se brutalidade desmedida. Sabe-se focalizar bem os golpes, no rosto, no estomago e nas costas. Serviço feito uma única vez, sem volta ao consumidor. Ao adquirir o serviço garantimos que o locatório sairá satisfeito, caso contrário não devolveremos o valor correspondente ao aluguel.

Doa-se amizade, carinho, respeito e mais três sextas cheias de sobriedade. Motivo: Iremos mudar e não poderemos levar, pois o quintal da nova casa é muito pequeno. Mas realmente os amamos, mas não será possível levar conosco.

Vende-se uma casa pequena, confortável e bem localizada. Uma sala grande, três quartos, cozinha, banheiro, lavanderia e um ótimo quintal. Casa em bom estados. Casa simples e tranqüila. A casa não está ocupada, pois o dono da casa traiu sua mulher com outra de aluguel. Seu filho mais velho era viciado em drogas e bebidas e acabou matando duas jovens e hoje está preso. E a dona da casa está vendendo e mudando com sua filha de 8 anos para outro bairro.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Fábula de Franz Kafka:"

"Ai de mim!", disse o rato, " - o mundo vai ficando dia a dia mais estreito" . "- Outrora, tão grande era que ganhei medo e corri, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo ao fundo a ratoeira em que irei cair".
"- Mas o que tens a fazer é mudar de direção", disse o gato, devorando-o.