quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Romanza: Larghetto - Chopin


Ouço ao longe, como algo bem distante e sereno. Soa suave e magnífico e invade a alma como quem entra sem ser convidado. Ora age como quem lhe quer distruir ora como quem lhe quer agradar. Cega os olhos e deles uma lágrima se derrama. Escorre pelo tecido e se joga ao precipício. Se entrega sem medir a dor como num sonho. E ao acordar fica somente as boas lemnbranças de um lugar que jamais visitou.Soa como se uma nuvem tocasse em suas irmãs. E no céu se mostra amiga de todas. E é no vasto e imenso azul que se perde...e já não se mostra mais na escuridão.E como um trêm sobre os trilhos vai-se e se apaga no horizonte.



(Concerto para piano em Mi menor, Op.11)

sábado, 2 de agosto de 2008

Uma Solidão Nada Comum

Ne te quaesiveris extra.
(Não te procures fora de ti mesmo).

Tradições, estamos demasiadamente cercados por elas. Evitavelmente ela nos rodeia e ao nos acomodarmos com suas raizes que se nutrem de nosso pretencioso modo de viver, ela cresce e se torna em estúpidas maneiras. Ponho-me a salvo de vossos costumes e tradições. Ó pai, ó mãe, ó irmã, ó esposa, ó amigos, ó todos que respiram, vivi com todos vocês, até o presente momento, segunda as aparências. Não posso mais violentar-me por vossa causa. Daqui para frente pertenço a verdade. Que fique claro para vós que de agora em diante não obedeço a nenhuma lei de costumes senão à lei eterna. Tenho de ser eu mesmo. Sendo assim, infligirei sofrimentos a todos vós, amigos? Possivelmente sim, mas não posso vender minha liberdade para acobertar-lhes a senssibilidade. Sempre haverá aqueles que pensam saber melhor do que vós qual é o vosso dever. Mas viver segundo a opinião do mundo é fácil; como também é fácil viver solitário segundo nós mesmos. Mas o grande homem é aquele que mantém, em meio à multidão, com perfeita ternura, a independência da solidão. Não procurai nada além do que vossa solidão pode vos mostrar. Aprendei vós viverdes na solidão. Serei eu então, eu mesmo.
"O que eu tenho a ver com a sacralidade das tradições, se vivo inteiramente de uma vida interior?" - Ralph Waldo Emerson