quinta-feira, 26 de junho de 2008

Falsa Tentativa

De nada vale as tentativas de extinguir o fogo com substância inflamável.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Quase Uma Oração

Sabe, estou á frente do espelho e seus raios lançados sobre mim me causam náuseas. Já o quebrei uma vez e sob ele havia outro. Pensei se devia suportá-lo, achei que não...achei certo. Quebrei-o. Os cacos cairam todos pelo chão, com minha cabeça baixa olhei um por um, entrevendo o reflexo de meu rosto nas lâminas de cristal. A insegurança apoderou-se de mim, pois não queria acreditar que poderia mais uma vez existir outro espelho. Olhei. Desacreditei. Sofri. Avistei mais uma vez minha face. Será que me resta mais alguma chance? Por duas vezes o quebrei e ambas me trouxeram novamente o reflexo do meu rosto e da dor refletida. Devo quebrá-lo? Devo eu arriscar encontrar outro espelho abaixo deste? Ou aprender a reconhecer este rosto e conviver com a dor refletida? Objeto à mão, pronto a atirar contra aquilo que me voltou tantas e tantas vezes e agora mais uma vez persite em ficar. Queria não acreditar que pode haver outro espelho. Queria acreditar que jamais precisarei passar a enfrentar sua imagem outra vez. Queria acreditar e inflizmente acredito que jamais irá embora.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

!.....................?.......................!

Sem muitas explicações quero postar estas duas passagens, a primeira Pequeno Principe e a segunda um poema de Fernando Pessoa:

"O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo..."

"Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu."

terça-feira, 17 de junho de 2008

A Caixa de Pandora

De acordo com a mitologia grega existia uma caixa inacessível a qualquer pessoa. Somente através desta caixa chamada "Caixa de Pandora" os deuses poderiam ser destruídos. Intensionamente gostaria de fazer uma analogia da Caixa de Pandora com um outra inusitada caixa. Na península grega, mais ou menos no século V a.C, surgiu um grupo de indivíduis nada comum, eles eram barbudos, não se vestiam bem, e eram acessiveis à todos porém aceitos somente por alguns. Esses filósofos gregos levavam consigo uma caixa, que eles próprios denominaram de a "caixa da razão". Nunca deixavam pertubar-se pelas consequências psicolígicas e materiais de uma posição humilde que viviam na sociedade. Ao contrário, permaneciam sempre calmos diante de quaisquer insultos . Este novo elemento que a filosofia introduziu, ou seja, a razão, pode ser visualizada como uma caixa de percepção. Onde as opniões públicas, sejam elas positivas ou negativas, devem ser filtratas pela razão antes de serem dirigidas à auto-imagem, à consciência. Era através dessa razão que Sócrates, Marco Aurélio e outros, podiam visualizar se a opnião alheia era fundamentada de uma lógica. Os próprios filosofos recomendavam, caso fossemos tratatos com injustiça pela sociedade, que não nos pertubássemos mais com o julgamento do que faríamos se tivéssemos sido abordados por um louco com a intenção de provar que dois mais dois são cinco. E é essa razão que deve bloquear o pensamento de que ‘o que os outros pensam de nós deve determinar o que pensamos de nós mesmos.’
Somente através da Caixa de Pandora é que os deuses gregos poderiam ser destruídos; seja a razão a nossa Caixa de Pandora com relação ao que os outros pensam de nós e ao que possuimos. Nosso ser, nossa imagem, nossa casa, nossos moveis, nosso caracter, nossa vida, talvez na concepção dos outros essas coisas não têm valor algum. Mas podemos usar a caixa da razão como Diógenes usou:
Quando Alexandre, o Grande, passou por Corintio, visitou o filósofo Diógenes e o encontrou sentado sob uma árvore, vestido com trapos, sem nenhum dinheiro. Alexandre, o homem mais poderoso do mundo, perguntou se ele podia fazer alguma coisa para ajudá-lo. “Sim”, respondeu o filósofo, “se puder, saia do caminho. Está bloqueando a luz.” Os soldados de Alexandre ficaram horrorizados, esperando um surto da famosa ira de seu comandante. Mas Alexandre limitou-se a rir e lembrou que, se ele não fosse Alexandre, certamente gostaria de ser Diógenes.
O que importa não é o que parecemos à um grupo aleatório, mas o que sabemos que somos. Nas palavras de Shopenhauer:”Toda reprovação só pode ferir se atnge o alvo. Quem quer que realmente saiba que não merece uma reprovação pode tratá-la e a tratará com desprezo.”

sexta-feira, 6 de junho de 2008

A Veemência dos Personagens

Naqueles dias em que tudo parece sombrio e triste, as lembranças dos personagens literários nos invadem e com uma linguagem não muito comum nos arremete outra vez ao ânimo, e sem entendermos ao certo o porque: nossa vontade de viver renasce em grandes proporções. E na verdade essas lembranças valem muito mais do que nossas experiências cotidianas.