segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Antes Mesmo Que...

Há tempos não apareço por aqui
Há tempos não me vejo em lugar nenhum
Estou a cada tempo mais distante
A cada tempo um sufoco, há tempo um incomodo

Quanto tempo não nos vemos?
Quanto tempo não nos vestimos com as cores do destino?
Foi num filme ou em um dos sonhos que a vi
Foi, sim, foi, mas jamais foi verdade

As presentes formas, são as sombras dos formatos
Tudo é aparência, tudo desapareceu
O tempo sobrou e eu fiquei pra trás
Longe do tempo onde meu lugar era perto de ti

Fugi, aprendi a voar
Antes mesmo, que eu sonhasse
Corri, para um lugar mais perto de ti
Antes mesmo que...

Soa o brilho da doce lembrança
Do tempo que havia alguém dentro de mim
Do tempo que a mim pertencia a minha alma
Agora ficou o tempo, o tempo sombrio

Agora não brilha, nem ao menos vive
O brilho de tua alma se encontra longe demais
A escuridão tomou conta do espaço e da carne
Sonhei, antes menos que fugisse do meu pensamento

Sentir as formas, já não é meu desejo
Pensar nos caminhos e criar trilhas
Seguir teu espírito, tua alma, teu tempo
Minha alma não mais aspiras essas vontades

Fugi, aprendi a voar
Antes mesmo, que eu sonhasse
Corri, para um lugar mais perto de ti
Antes mesmo que...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Romanza: Larghetto - Chopin


Ouço ao longe, como algo bem distante e sereno. Soa suave e magnífico e invade a alma como quem entra sem ser convidado. Ora age como quem lhe quer distruir ora como quem lhe quer agradar. Cega os olhos e deles uma lágrima se derrama. Escorre pelo tecido e se joga ao precipício. Se entrega sem medir a dor como num sonho. E ao acordar fica somente as boas lemnbranças de um lugar que jamais visitou.Soa como se uma nuvem tocasse em suas irmãs. E no céu se mostra amiga de todas. E é no vasto e imenso azul que se perde...e já não se mostra mais na escuridão.E como um trêm sobre os trilhos vai-se e se apaga no horizonte.



(Concerto para piano em Mi menor, Op.11)

sábado, 2 de agosto de 2008

Uma Solidão Nada Comum

Ne te quaesiveris extra.
(Não te procures fora de ti mesmo).

Tradições, estamos demasiadamente cercados por elas. Evitavelmente ela nos rodeia e ao nos acomodarmos com suas raizes que se nutrem de nosso pretencioso modo de viver, ela cresce e se torna em estúpidas maneiras. Ponho-me a salvo de vossos costumes e tradições. Ó pai, ó mãe, ó irmã, ó esposa, ó amigos, ó todos que respiram, vivi com todos vocês, até o presente momento, segunda as aparências. Não posso mais violentar-me por vossa causa. Daqui para frente pertenço a verdade. Que fique claro para vós que de agora em diante não obedeço a nenhuma lei de costumes senão à lei eterna. Tenho de ser eu mesmo. Sendo assim, infligirei sofrimentos a todos vós, amigos? Possivelmente sim, mas não posso vender minha liberdade para acobertar-lhes a senssibilidade. Sempre haverá aqueles que pensam saber melhor do que vós qual é o vosso dever. Mas viver segundo a opinião do mundo é fácil; como também é fácil viver solitário segundo nós mesmos. Mas o grande homem é aquele que mantém, em meio à multidão, com perfeita ternura, a independência da solidão. Não procurai nada além do que vossa solidão pode vos mostrar. Aprendei vós viverdes na solidão. Serei eu então, eu mesmo.
"O que eu tenho a ver com a sacralidade das tradições, se vivo inteiramente de uma vida interior?" - Ralph Waldo Emerson

terça-feira, 29 de julho de 2008

'No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.'

Quero andar, sozinho, talvez. As pedras? Me volto contra elas, ou as mando para o espaço e flutuarão por aí sem orbita ou estraçalharão meus dedos ... é assim, sempre assim....!

'Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra!'

P.S: Sem demasiadas interpretações, ouviu Rê, está me ouvindo?!

sexta-feira, 25 de julho de 2008

A Vida Vive Até Sua Morte

Sombras e lamentos. Caminhos estreitos e apertados, no entanto a única via, a única e solitária passagem. Solta, a vida corre e flutua, e por cima do muro ela dá seus pulos e reclamações. Soa suave e solene, fria e seca. Sem muitas razões a vida vive, a vida sofre, a vida anda a esmo. Caminha quase sempre em frente, quase sempre sem avaliar e medir os pesos. Pra alguns, ela significa muito, mas muito pouco mesmo; já à outros ela é demasiadamente importante e necessária. Ambos, equivocados? Talvez. Deve-se se estar além da vida, além do fôlego, além do pó e somente dessa maneira compreenderá-se-a o mínimo possível a respeito deste monstro que nos devora dia a dia. Dessa fome de viver e de morrer.
(...)
As palavras são um meio muito ingênuo e simplório para através delas explicar algo que está além do bem e do mal, como diria meu caro e filósofo Nietzsche. São elas um meio estreitamente sagaz e desprovido, apenas um meio de comunicação, ao invés de códigos de barra, não há nelas esclarecimentoalgum...são um meio e não o fim ou ínicio. Há nela tantos e tantos mistérios, nem se fossêmos deuses saberíamos interpretar suas causas e efeitos, suas vertigens e loucuras, sua lucidez e sabedoria. A vida vive! Até que, ao encontro dela se mostre sua infinita explicação: A morte manifesta-se numa manhã ou numa tarde de sol ou numa noite qualquer. Não há outdoors, não há aviso, nenhum tipo de alarde se quer. A morte é o verdadeiro amor da vida, ambas jamais viverão separadas, jamais se odiaram, jamais irão cada uma para seu lado e tornando as costas uma a outra. Ela vem como a vida veio, suave, contente e bela. Nos sorri, porém um sorriso sincero. Ela não é escura como pensam, ela é brilhante, forte. Senta-se ao nosso lado e de nós quer apenas nossa amizade, nosso corpo, nossos cabelos dourados, nossas mãos, nosso sorriso, todavia jamais quererá nossa alma. Seus braços são confortáveis e longos, seus carinhos só perdem para os da vida que nos deu enquanto vivíamos. Sua voz é um tanto roca, mas não há maldade em seus olhos. Ao nos olhar ela reconhece a tudo quanto a vida nos fez e assim podemos entender porque seu olhar é triste e calmo, pois a vida muitas vezes faz coisas que a morte não pode conciliar. Ambas, vida e morte, tem sua filosofia própria a respeito da vida, a respeito do espírito...ambas respeitam-se em suas opniões. A morte quer bem a vida e a vida bem a morte. São tão apaixonadas que quando se encontram acabam causando um certo descontrole e um estrago irreversível ao ser humano. A vida e a morte nos leva tudo, mas nos deixa um detalhezinho: aprender através da alma a sorrir e a chorar.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Queda





Havia se passado algumas semanas. As esperanças tinham vindo assim como o vento sopra nas janelas e nada mais fazem do que alguns barulhinhos assustadores. E infelizmente se fora como um barquinho de papel que se vai na correnteza e logo se desfaz em toda fragilidade e instabilidade. Tinha sido assim aquelas últimas semanas; melancólicas e depressivas. Resolveu, sem razões consideráveis, sair e sentir o ar puro. Caminhando, passou por belas ruas, que já não eram tão belas como outrora. Parou e assistiu por alguns segundos um casal, que separado dele estavam por uma cortina de vidro de um Café. Observando o reflexo do casal, causado pelas luses dos carros que passavam, atensioso reparou que o homem usava um terno marrom que não combinava com seus sapatos pretos; aliás de muito mal gosto. Continou andando, mas já não dedicava atenções alguma, aos obejtos, às pessoas; as paisagens não eram mais polidas e brilhantes, e o cuidado de não pisar numa pedra já não lhe despertava interesses. Caminhava lentamente, desdenhava a tudo e a todos por quem passava e a quem amava. Caminhava loucamente e as estrelas não lhe causavam mais temperamentos. Por algum motivo decidiu parar ali mesmo, naquele obscuro lugar: olhou ao redor, como quem procurasse algo. Percebeu que estava sobre uma ponte a qual subalternizava um lindo riacho. Lugar que de hábito costumava passear à noite.
Ele ficou parado, olhando, como se buscasse algo de valor no horizonte...(...)...Passou por ele uma mulher que parecia trêmula e um pouco assustada. Ela apressou os passos, passou por ele rapidamente, como um vulto se desfaz na sombra. Então, ao diminuir os seus passos, ela ouviu um grito e um grande barrulho ensurdecedor, que soara como se uma grande onda se deparasse numa forte e dura rocha, e com medo nos olhos, olhou para trás. A ponte se encontrava deserta e vazia. Não havia mais ninguém por ali. O ar se tornou frio e sombrio. Sentiu-se vilitigiada e caminhando desapareceu na escuridão...!

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Duas Categorias

A raça humana é dividida em duas categorias: os ordinários e os extraordinários.