segunda-feira, 21 de julho de 2008

A Queda





Havia se passado algumas semanas. As esperanças tinham vindo assim como o vento sopra nas janelas e nada mais fazem do que alguns barulhinhos assustadores. E infelizmente se fora como um barquinho de papel que se vai na correnteza e logo se desfaz em toda fragilidade e instabilidade. Tinha sido assim aquelas últimas semanas; melancólicas e depressivas. Resolveu, sem razões consideráveis, sair e sentir o ar puro. Caminhando, passou por belas ruas, que já não eram tão belas como outrora. Parou e assistiu por alguns segundos um casal, que separado dele estavam por uma cortina de vidro de um Café. Observando o reflexo do casal, causado pelas luses dos carros que passavam, atensioso reparou que o homem usava um terno marrom que não combinava com seus sapatos pretos; aliás de muito mal gosto. Continou andando, mas já não dedicava atenções alguma, aos obejtos, às pessoas; as paisagens não eram mais polidas e brilhantes, e o cuidado de não pisar numa pedra já não lhe despertava interesses. Caminhava lentamente, desdenhava a tudo e a todos por quem passava e a quem amava. Caminhava loucamente e as estrelas não lhe causavam mais temperamentos. Por algum motivo decidiu parar ali mesmo, naquele obscuro lugar: olhou ao redor, como quem procurasse algo. Percebeu que estava sobre uma ponte a qual subalternizava um lindo riacho. Lugar que de hábito costumava passear à noite.
Ele ficou parado, olhando, como se buscasse algo de valor no horizonte...(...)...Passou por ele uma mulher que parecia trêmula e um pouco assustada. Ela apressou os passos, passou por ele rapidamente, como um vulto se desfaz na sombra. Então, ao diminuir os seus passos, ela ouviu um grito e um grande barrulho ensurdecedor, que soara como se uma grande onda se deparasse numa forte e dura rocha, e com medo nos olhos, olhou para trás. A ponte se encontrava deserta e vazia. Não havia mais ninguém por ali. O ar se tornou frio e sombrio. Sentiu-se vilitigiada e caminhando desapareceu na escuridão...!

3 comentários:

Anônimo disse...

coragem ou covardia? Redenção ou desespero? Força ou cansaço?

Fiz uma interpretação que talvez não seja correta... mas gostei!

Beijos

Lau disse...

Olá, sou nova por aqui e estive fuscando alguns blogs. Gostei muito do seu jeito de escrever. O nome do seu blog também chamou a minha atenção. Poderia se dizer que é um blog para todos. Afinal "de médico e louco todo mundo tem um pouco".

Abraços

Anônimo disse...

Acho corajoso, mas tenho medo do desespero extremo.

Leu "A Peste"? (o clima do conto parece com o de Oran, aliás)
Eu terminei e gostei bastante. Camus é incrível, dos melhores, mas ainda não conseguiu estar entre os meus favoritos.

Bom final de semana!

Um beijo!