sábado, 2 de agosto de 2008

Uma Solidão Nada Comum

Ne te quaesiveris extra.
(Não te procures fora de ti mesmo).

Tradições, estamos demasiadamente cercados por elas. Evitavelmente ela nos rodeia e ao nos acomodarmos com suas raizes que se nutrem de nosso pretencioso modo de viver, ela cresce e se torna em estúpidas maneiras. Ponho-me a salvo de vossos costumes e tradições. Ó pai, ó mãe, ó irmã, ó esposa, ó amigos, ó todos que respiram, vivi com todos vocês, até o presente momento, segunda as aparências. Não posso mais violentar-me por vossa causa. Daqui para frente pertenço a verdade. Que fique claro para vós que de agora em diante não obedeço a nenhuma lei de costumes senão à lei eterna. Tenho de ser eu mesmo. Sendo assim, infligirei sofrimentos a todos vós, amigos? Possivelmente sim, mas não posso vender minha liberdade para acobertar-lhes a senssibilidade. Sempre haverá aqueles que pensam saber melhor do que vós qual é o vosso dever. Mas viver segundo a opinião do mundo é fácil; como também é fácil viver solitário segundo nós mesmos. Mas o grande homem é aquele que mantém, em meio à multidão, com perfeita ternura, a independência da solidão. Não procurai nada além do que vossa solidão pode vos mostrar. Aprendei vós viverdes na solidão. Serei eu então, eu mesmo.
"O que eu tenho a ver com a sacralidade das tradições, se vivo inteiramente de uma vida interior?" - Ralph Waldo Emerson

3 comentários:

Rê F. disse...

Escreve isto pra mim?! Pois me caiu como uma luva.
Porque ainda vivo oq me mandam viver, e não aquilo que deveria querer viver?!
Porque ainda tento me encaixar nos padrões dos outros, em suas ações, em seus dons, em seus sonhos e em suas realizações e não criar os meus próprios?
Sigo tentando me encontrar, mas começarei a procurar-me em outro lugar.

Beijo

Anônimo disse...

uma vez me disseram que a tradição às vezes fica mais bonita nos livros

Anônimo disse...

Só não convivem bem com solidão aqueles que não conseguem se suportar.
Bom início de semana!