terça-feira, 22 de abril de 2008

Um Paradoxo

Tenho percebido que ultimamente tenho sonhado bastante, digo isto, porque nunca fui de me lembrar dos meus sonhos e por isso sempre achei que não sonhava. Mas tenho sonhado e durante os sonhos tenho percebido que estou sonhando: é estranho, não?. Mas então, a coisa que está me intrigando é que agora que "sonho realmente", não tenho conseguido focalizar o sonho após o momento em que acordo. Sinto aquela bagunça, aquela confusão de sonhos se entrelaçando com outros sonhos e no fim vira um redemoinho só. E o mais frustrante é que sei que tenho sonhado muitas coisas pra lá de interessantes, e fico naquela de querer acordar e por no papel, concretizá-lo, mas ao mesmo tempo não quero acordar e criar uma incisão desse doce devaneio que é sonhar. Antes não podia certificar-me de que realmente sonhava, agora certamente sonho e desse paradoxo interrompido, infalívelmente virão outros sonhos paradoxal.

"Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Más há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isso não tem importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado." - William Shakespeare

7 comentários:

Anônimo disse...

Sonho muito, quase sempre...
Quase sempre lembro também...
Uma intuição incrível me ronda nos sonhos, entre a virgília e o despertar...
Bem, gostei do blog, voltarei.

Patrice Mersault disse...

Eiiii, essa tirinha das Meias Verdades é dahora heinn!!!!!!


hauhauhauhahau

Anônimo disse...

Durante algum tempo anotei meus sonhos ao acordar, mas sempre esqueço de fazer isso. Às vezes lembro do sonho enquanto estou almoçando, ou em outros momentos durante o dia.
Meus sonhos são de fazer Salvador Dali morrer de inveja. Haja Freud e Jung pra interpretar!
Ótima sexta-feira.
Um beijo!

Anônimo disse...

Quando deixou o comentário faltavam só 30 páginas pra eu terminar de ler o livro. Li e me apaixonei!
Nada impede que falemos sobre ele enquanto você lê, se quiser. É bom encontrar alguém que goste de Hesse como eu!
Bom início de semana!

Anônimo disse...

Li as orelhas e o "Propósito"...rs. Devo ler um pouco mais antes de dormir.
Você já leu?
Foi por ele que li o Correspondência Entre Amigos, queria ter boas referências de Thomas Mann - que nunca li - e acabei encontrando muitos outros por lá.
Beijo!

William disse...

É bom que tenha sonhado. Classicamente, diz-se que seu inconsciente está conversando com você. Com menos repressão, imagens primordiais podem fluir mais livremente. E se o redemoinho é novo, ele é. Ou está sendo no [i]instante[/i], esse instante-ruptura. O novo é mesmo embaçado. Todo. O paradoxo parece ser algo que brota quando tocamos um pouco do Nada, o Nada que está tentando vir-a-ser pelos homens, no tempo kairótico do universo onírico. Esse Não-Ser que não se define porque ele mesmo não sabe de sua natureza. E nem poderia saber, já que ela não é racionalizável. Nós, com essa égide da razão moderna cartesiana, muito menos. É inconcebível, inefável, sagrado, místico. Fica num [i]não-lugar[/i] que só se manifesta quando nos fazemos simplesmente submissos à grandeza da vida, quando deixamos de nos apropriar do poder de existir e simplesmente existimos, sem poder ou vontade dele. Sem controle. Descontrolados do que há dentro.
É bom pôr no papel, mas cada pessoa é tão complexamente constituída que já não posso dizer se é bom para todos. Aliás, ninguém jamais pôde. No entanto, fizeram-no com todas as nossas vidas e os padrões de normalidade se fizeram. Mal podemos brincar depois de adultos.
Não há mesmo necessidade de certificar-se de que sonhou. Que bom que isso passou. Não precisamos de provas ou constatações de todas as cápsulas imagéticas de sua psique. Não queremos mais buscar causas e efeitos, mas sentidos e significados.
Os sonhos me parecem fundamentais ferramentas de atribuição de sentido à vida. Neles há mistério, o que perdeu a Modernidade científica. Neles há o não-dito indizível e nenhuma linguagem o abarca. E a fonte sopra demoniacamente durante a noite as coisas mais belas. E... não. Não haverá controle sobre o mistério. Quanto mais lançamos luz sobre ele, mais a sombra se mostrou cada vez maior.
Desculpe a intromissão, escrevi muito talvez...ou não, sei lá. Mas simplesmente não resisti.
Um abraço.

Anônimo disse...

Bom, acho que nossos caminhos já cruzaram!!! rsrs...

Obrigada pelos elogios, vou voltar com mais tempo pra esmiuçar seus posts!!!

AH!Bons sonhos!
Beijos!